Nasceu no Porto em 1963 e é músico profissional desde meados da década de 80.
Desde então tem abordado diversos instrumentos e estilos musicais.
Estudou no Conservatório de Música do Porto, onde concluiu o Curso de Composição.
Tocou com alguns dos mais importantes músicos portugueses como Pedro Abrunhosa, Carlos Azevedo, Mário Barreiros, Raúl Marques, André Sarbib, entre outros.
Mais tarde e de certa forma influenciado por seu pai, fadista profissional, optou definitivamente pela Guitarra Portuguesa e mais concretamente pelo Fado, onde teve oportunidade de actuar um pouco por todo o país (CCB, Casa da Música, festivais de música portuguesa, casas típicas, etc.) e no estrangeiro – Estados Unidos, Luxemburgo, Turquia, Macau, Espanha, Suíça, Moçambique e Itália.
A par destas actividades lecciona o Curso de Guitarra, numa escola do Porto.
02-Hino Selecao 2012 Guit Portuguesa.mp3
A guitarra portuguesa é um instrumento muito difundido em Portugal sendo
o que mais se aproxima do sentimento Lusitano do povo português.
A
guitarra portuguesa tem um timbre de tal modo inconfundível que, onde
quer que esteja, qualquer português a reconhece aos primeiros acordes. É
um instrumento musical carregado de simbolismo e, à mercê da sua longa
aliança com o Fado, é conotado com o "modo de ser" português. Destino,
fado e saudade são palavras que naturalmente se associam ao trinado da
guitarra portuguesa.
"Para interpretar o Fado, nenhum instrumento
mais de jeito que a guitarra. Está costumada a cantar tristezas desde a
mais remota antiguidade e além disso fala tão baixinho que não chega a
incomodar os grandes, os felizes, os opulentos. É quase uma criança que
chora ou uma mulher que suspira. Impressiona e não atordoa. Faz-se
ouvir, mas não se impõe." - citação de Alberto Pimentel, em
Photographias de Lisboa, pág.64.
De origem bastante remota, foi
outrora designada por guitarra mourisca, por ter certa semelhança com o
alaúde, que os árabes introduziram na Península Ibérica sendo, no
entanto, as características dos dois instrumentos algo distintas.
As
origens da guitarra portuguesa remontam à Idade Média, a um instrumento
chamado cítula. Esta evoluiu ao longo dos tempos, passando pela cítara,
culminando na guitarra portuguesa.
Começando por ser instrumento
habitual nos salões da alta burguesia, sobreviveu e transformou-se nas
mãos do povo, para se tornar, actualmente, num instrumento popular.
A
guitarra de Fado, como é hoje designada, foi durante muito tempo
conhecida por guitarra inglesa. A razão desta designação era devida ao
seu fabrico, em Inglaterra, por um violeiro famoso chamado Simpson, o
qual fabricava os melhores instrumentos deste género, alguns dos quais
eram exportados para Portugal.
Para a construção de qualquer
guitarra portuguesa, usam-se madeiras importadas desde a Idade Média, já
que os fundos e ilhargas da guitarra têm de ser fabricados em
pau-santo, ácer ou mogno. O tampo é executado em spruce, ou pinho da
Flandres. Mas, "a grande diferença entre uma boa guitarra e uma má,
feitas exactamente com a mesma madeira está na mão do
construtor"(citação de Pedro Caldeira Cabral, actualmente uma das
maiores autoridades em guitarra portuguesa e música antiga).
A
guitarra portuguesa é, em linguagem técnica, um cordofone composto, cuja
caixa harmónica é periforme, ou seja, tem forma de pêra. É constituído
por seis pares de cordas e já teve diversas afinações, mas a que
realmente se enraizou foi a a Afinação de Fado: a começar pelas cordas
mais agudas, Si - Lá - Mi - Si - Lá - Ré.
Existem três tipos de
guitarra portuguesa: a de Lisboa, a do Porto e a de Coimbra, com
diferentes tradições de fabrico. A de Lisboa é a mais pequena das três,
com caixa baixa arredondada e é a que possui o som mais "brilhante". A
de Coimbra é maior, com o corpo assumindo uma forma mais aguçada. A do
Porto é semelhante à de Lisboa. Uma das principais diferenças reside na
cabeça da guitarra: a de Coimbra possui uma lágrima incrustada, enquanto
que a de Lisboa apresenta um caracol.
Paulo Lima 05.05.2012